Clayton Peixoto

SOBRE O LUTO

O luto é uma experiência universal e inevitável na vida humana, e tem sido objeto de estudo e reflexão por parte de muitos pensadores e profissionais da saúde mental ao longo dos anos. Dois nomes que se destacam nesse sentido são Elisabeth Kübler-Ross e Sigmund Freud, que contribuíram significativamente para a compreensão e o tratamento do luto.

Elisabeth Kübler-Ross foi uma psiquiatra suíça que se tornou conhecida por seu trabalho com pacientes terminais e por suas pesquisas sobre a morte e o morrer. Em 1969, ela publicou o livro “On Death and Dying” (“Sobre a morte e o morrer”), que se tornou um clássico da literatura sobre o tema. Nesse livro, Kübler-Ross apresentou sua teoria dos cinco estágios do luto: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.

Segundo Kübler-Ross, o processo de luto não é linear e as pessoas podem passar pelos estágios em ordem diferente ou até mesmo pular alguns deles. No entanto, ela acreditava que a maioria das pessoas passa por esses estágios em algum momento após a perda de um ente querido. A teoria de Kübler-Ross foi muito influente no campo da psicologia e do aconselhamento, e ainda é amplamente utilizada hoje em dia.

Outro importante pensador que contribuiu para a compreensão do luto foi Sigmund Freud, o pai da psicanálise. Em 1917, ele publicou o ensaio “Luto e Melancolia”, no qual comparou o processo de luto com o de melancolia. Freud argumentava que, assim como na melancolia, o luto envolve uma perda (que pode ser de um ente querido, mas também pode ser de algo significativo na vida de uma pessoa como o rompimento de um relacionamento amoroso, por exemplo), mas enquanto no caso do luto a pessoa que sofre tem o entendimento do que se perdeu, na melancolia nem sempre isso esta claro, é como se o indivíduo ao invés de um sentimento de perda sofresse de um esvaziamento de algo em si mesmo.

Freud também destacou a importância do trabalho de luto, que envolve a elaboração da perda e a resolução dos conflitos emocionais associados a ela. Ele acreditava que o trabalho de luto era necessário para superar a perda e evitar a melancolia, que poderia levar a um estado de tristeza crônica e desesperança.

Em resumo, tanto Elisabeth Kübler-Ross quanto Sigmund Freud fizeram importantes contribuições para a compreensão e o tratamento do luto. Enquanto a teoria dos cinco estágios de Kübler-Ross ainda é amplamente utilizada na prática clínica e no aconselhamento para a compreensão do processo de luto, a ênfase de Freud no trabalho de luto continua a ser relevante para a compreensão e o tratamento do luto. O luto é uma experiência difícil e dolorosa, mas entender seus estágios e processos pode ajudar a lidar com ele de forma mais saudável e construtiva.

Clayton Peixoto

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